8.22.2009

O que eu quero


No instante em que essa vida parou , de súbito a minha também parou . Tudo se paralisou na estação fria e gélida , entorpeceu minha alma . Haveria um tempo para percorrer

a distância entre o que foi e o que ainda seria .

Imóvel , numa fração de segundos , meu mundo parecia fragmentado , derrepente eu me vi , eu era colcha de retalhos .O filme se passava lento , sem efeitos , eu recordava todos os desatinos , todos os alentos . Eu queria toca-los , eu queria a concretude , sem compreender que a eternidade não é palpável , mas um desdobramento daquilo que mesmo no compasso do tempo

não passa . Chegada a ausência das palavras , o silêncio cumpre o seu oficio , isso é ressureição !

No primeiro instante, a ausência do Verbo , para mais tarde ser conjugado no avesso do tempo . Tenho esperado esse momento , o que eu quero ? Quero os avessos !

A cada manhã a vida renasce comigo , e quando o sol se despede , ela adormece no meu aconchego , vem surgindo um canto novo , que me embala , me leva para novos horizontes .

Eu quero responder a vida que me faz viver no instante de morrer .
Antes da leveza da ressureição , há o peso da cruz , e um não existe sem o outro .

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