9.16.2010

Histórinha pra você dormir


Os livros estão no canto, sem encanto ou magia, guardando, nas entrelinhas , os segredos da vida, acho mesmo que contos de principes e princesas não fazem minha linha. Não sei mesmo sonhar, ou viver de fantasia
Abraço a realidade que desconcerta, apego-me a dor que aquieta, vou de metrô e volto de trem, nos velhos vagões a melodia incerta, de meio em meio tom, estou de volta pra primeira casa, deixando pelo caminho as migalhas, pra não me perder. Sabe, tenho um certo medo dos gigantes e dos seus pés de feijão, já que a meia-noite todo encanto se esvai. Sorte a minha, tenho alma branca como a neve, mesmo na estatura de um anão, só não sou tão bela a ponto de emprestar beleza a fera e amansar seu coração. Os olhos bem grandes me assustam, mas não me retiram o questionamento, tantos doces e tanta desilusão, queria era nunca deixar de ser criança e sempre acordar com soninho e sininho.
Aos que se escondem nas torres, perto do céu e do sino, suportando o peso e a deformção, eu deixo um aviso: "Sou sua fada madrinha, faça seu pedido"
Só não me pessa pra ir embora, antes da hora, e procurar em outro país as maravilhas, se é aqui o ponto de partida o lugar pra ser feliz. Abra o livro, vire a página, talvez sua história ainda não mereça um fim, a sempre a possibilidade de se viver pra sempre. O eterno mora aqui, pode chama-lo, talvez demore, no fim da tarde ele sempre dorme, numa cadeira de balanço, com o velho livro na mão e o óculos na ponta do nariz.

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